Além disso, a estatal negou a intenção de recorrer ao Tesouro para engordar o caixa e previu novas demissões. "O que fazemos desde o início dessa gestão é afastar a hipótese de recorrer ou ser assistido pelo Tesouro. Se não tivéssemos tomados as decisões que tomamos, já teríamos batido na porta do Tesouro há muito tempo", ressaltou o executivo em entrevista coletiva na tarde de ontem.
Desde novembro, especula-se sobre uma capitalização por meio de um instrumento híbrido de capital e dívida (IHCD) - uma operação de crédito de longo prazo. Mas o diretor da estatal considerou qualquer operação junto ao governo como "a última alternativa". "Não temos nenhuma iniciativa para discutir esse assunto", disse.
A negativa do executivo ocorreu após sinalização, pela manhã, da presidente Dilma Rousseff de um possível socorro à empresa. "O governo sempre estará preocupado com a Petrobras, principalmente quando os fatores que levam a essa situação são exógenos. Se o preço do petróleo continuar caindo, todo mundo vai rever o que fazer", afirmou a presidente em Brasília.
Financiamentos
Para Monteiro, recorrer a novos financiamentos só será necessário se o plano de desinvestimentos não decolar. Com a receita da venda de ativos, a companhia só alcançaria o "caixa mínimo" de US$ 15 bilhões, em julho de 2017. O executivo da estatal reconheceu que a meta de desinvestimento é um "desafio", mas se disse "confiante".
Fase inicial
Negociações envolvendo a Transpetro, citadas ontem pela primeira vez, ainda estão em fase inicial. Um banco foi contratado para avaliar a estrutura da empresa e sua atratividade. Agora, o relatório passará por análise interna da companhia antes de uma definição sobre o modelo de venda. A Transpetro administra uma frota de 54 navios, além de 49 terminais, estações de bombeamento e malha de oleodutos. Segundo Monteiro, os negócios de gestão de embarcações e prestação de serviços logísticos nos dutos e terminais poderiam ser desmembrados.
"Temos ativos de grande interesse que nunca foram ofertados. A Petrobras tem um larguíssimo portfólio de oportunidade não relacionados ao Brent", afirmou a diretora de Exploração e Produção (E&P), Solange Guedes. A diretora reconheceu uma dificuldade "cultural" da empresa em vender seus ativos, mas sinalizou que os desinvestimentos serão feitos não "pela força, mas pelo convencimento".
Além da subsidiária, Monteiro estimou entre 20 e 30 os ativos na relação de venda, em diferentes estágios de negociação. Segundo ele, a empresa ainda não recebeu ofertas por participação na BR Distribuidora.
DN/Portaldohelvecio
sexta-feira, 15 de janeiro de 2016
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