SUCESSÃO MUNICIPAL : Alianças em Fortaleza estão na mira das eleições estaduais ~ Portal do Helvécio Martins

sábado, 9 de janeiro de 2016

SUCESSÃO MUNICIPAL : Alianças em Fortaleza estão na mira das eleições estaduais


Parece até um paradoxo, mas os primeiros entendimentos sobre alianças para as eleições municipais deste ano, na Capital cearense, têm como meta o pleito estadual de 2018. Ganhar a Prefeitura de Fortaleza, é o objetivo primeiro dos candidatos com maior musculatura eleitoral e partidária, mas os seus apoiadores, tanto do grupo governista quanto das oposições, estão interessados, de fato, é na formação de alianças embrionárias para as disputas dos cargos majoritários estaduais de governador e senadores (duas vagas), apesar do longo caminho a ser percorrido, e a possibilidade de Ciro Gomes (PDT) ser candidato a presidente da República, um componente com elevado potencial para alterar alguns dos atuais projetos para aquele ano.

Três nomes certos para disputarem a sucessão municipal em Fortaleza: Capitão Wagner (PR), Heitor Férrer (PSB) e Roberto Cláudio (PDT) ainda não têm suas alianças definidas. Todos dependem das filiações partidárias que acontecerão durante o mês de março, uma abertura proporcionada pelas modificações feitas no ano passado, sob a denominação de minirreforma eleitoral, garantindo 30 dias para os detentores de mandatos que queiram disputar a eleição deste ano mudarem de partido sem serem molestados, em nome da tal fidelidade partidária.

Filiações
Algumas dessas mudanças estão sendo monitoradas, mas sempre podem surgir surpresas e isso deixa a todos em situação de expectativa. Outros prováveis candidatos a prefeito têm menos interesse nessa anomalia.

A propósito, dessas filiações, esse prazo para mudança de partido é diferente de um outro que virá logo a seguir. Este será por conta de uma emenda à Constituição da República, aprovada em dezembro passado, ainda não promulgada, incluindo o Art. 101 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, nos seguintes termos: "É facultado ao detentor de mandato eletivo desligar-se do partido pelo qual foi eleito nos trinta dias seguintes à promulgação desta Emenda Constitucional, sem prejuízo do mandato, não sendo essa desfiliação considerada para fins de distribuição dos recursos do Fundo Partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e televisão".
Janela
Diferentemente do outro prazo para mudança de partido, nos 30 dias da emenda à Constituição citada, a ser promulgada quando da conveniência política dos integrantes da Mesa do Congresso Nacional, as trocas de partido em nada influenciarão na disputa municipal, pois nenhuma alteração proporcionará quanto ao tempo reservado ao horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão. Servirá tão-somente para alterações numéricas das bancadas legislativas, além de registrar mais uma ação de menoscabo à Carta Magna e de desmoralização do instituto da fidelidade partidária.
Como essa nova "janela" altera bancadas na Câmara Federal, de certa forma ela também influirá no processo de formatação de alianças para as disputas municipais, posto o interesse de aliados de tirarem qualquer proveito já na confirmação da coligação, e reclamarem, em troca do apoio, a adesão de um ou mais deputados para ampliar suas forças no campo federal.
Tanto isso é verdade que o PSD está querendo o ingresso de pelo menos um dos deputados federais integrante da base de apoio ao governador Camilo Santana, consequentemente apoiador da postulação de Roberto Cláudio à sucessão, afora Domingos Neto, presidente do Partido da Mulher Brasileira (PMB) neste Estado, filho da presidente estadual do PSD, a prefeita de Tauá, Patrícia Aguiar.

Propaganda
O PSD cearense, por alguém devidamente credenciado, já fez chegar ao conhecimento dos líderes apoiadores da candidatura de Roberto Cláudio, ter interesse na filiação do deputado federal Adail Carneiro (PHS). O PSD e o PMB, pelo número de deputados federais que têm, garantem um bom tempo de rádio e televisão, principalmente agora que só somam para o tempo da propaganda eleitoral gratuita os seis maiores partidos da coligação. Antes da nova legislação a briga dos candidatos era para somar o maior número de partidos na aliança e consequente ter mais tempo para a propaganda.
A pretensão do PSD de ter Adail nos seus quadros pode até lograr êxito, mas não será fácil. Ele está na perspectiva de assumir o comando do PHS no Ceará. E como o sonho de muitos políticos é ter o seu próprio partido, mudar de legenda agora pode não ser o seu objetivo. Contudo, como nada é impossível no mundo da política, até a realização de todas as convenções partidárias, no dia 5 de agosto, dúvidas persistirão quanto à formatação das alianças e as mudanças de siglas, para tudo recomeçar nos meses antecedentes à sucessão estadual já nesta mesma época de 2018.
Wagner, Heitor e Roberto Cláudio reunirão em torno de si a grande maioria dos 35 partidos hoje existentes. Os dois primeiros menos que o terceiro. Os patrocinadores da candidatura de Wagner querem ter o PMDB como apoiador, com a pretensão de retribuição numa futura investida de Eunício Oliveira. Heitor conversa com o PSDB.
Ele esteve com o senador Tasso Jereissati no fim de 2015 e acertaram uma nova reunião, mais incisiva, sobre uma aliança no próximo mês de fevereiro. Também estaria implícita a reciprocidade em 2018, e Roberto Cláudio aguarda as intervenções do governador Camilo Santana, seu apoiador, para saber como fica o PT, pensando, como os adversários, em marcharem juntos na disputa pela reeleição do governador.

Diário do Nordeste
Helvecio Martins

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