Apesar de não ter números de casos notificados, as unidades de saúde do Ceará já constatam aumento nas emergências em decorrência das doenças diarreicas agudas (DDA). Por isso, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) divulgou nota técnica alertando as Coordenadorias Regionais, municípios, hospitais, clínicas, postos e laboratórios sobre a necessidade de registros de casos e surtos das DDAs. No documento, o órgão determina que todas as pessoas com sintomas, principalmente crianças e idosos, tenham prioridade no atendimento.
Uma das preocupações é orientar a população para que logo nos primeiros sintomas - vômitos, diarreias e estado febril - procurar imediatamente a unidade básica ou de pronto atendimento (UPA) e não se dirigir aos hospitais de alta complexidade como o Albert Sabin (Hias). "A gente já sentiu um aumento na emergência, no entanto, a recomendação é que esses pacientes entrem no sistema pela atenção básica e, se precisar de mais exames e consulta com especialista, devem ser encaminhados para o Sabin", orienta a coordenadora do ambulatório do hospital, Sônia Guerreiro.
Causas
As doenças diarreicas são causadas por diferentes agentes etiológicos (bactérias, vírus e parasitas), cuja manifestação predominante é o aumento do número de evacuações, com fezes aquosas ou de pouca consistência. Pode ser acompanhada de náusea, vômito, febre e dor abdominal. No geral, é autolimitada, com duração entre dois a 14 dias. De acordo com o infectologista da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Antônio Lima, as formas variam de leves até graves, com desidratação e distúrbios eletrolíticos, principalmente quando associadas à desnutrição. O modo de transmissão ocorre por via fecal-oral. Pode ser por contato pessoa a pessoa, por meio de água e alimentos ou por objetos contaminados.
Prevenção
Antônio Lima explica que algumas formas simples de prevenção fazem a diferença: como lavar sempre as mãos antes e depois de: utilizar o banheiro, trocar fraldas, manipular/preparar os alimentos, amamentar e tocar em animais. "Também recomenda que se lave e desinfete as superfícies, utensílios e equipamentos usados na preparação de alimentos, assim como os alimentos e as áreas da cozinha devem ser protegidas contra insetos", ressalta.
Ele também recomenda a necessidade de só se beber água tratada ou fervida e guardar o líquido em vasilhas limpas para evitar a recontaminação. "O hipoclorito é distribuído no Sistema Único de Saúde, por meio da Atenção Básica", informa o infectologista da SMS.
Além desses cuidados, deve-se evitar utilizar água de riachos, rios, cacimbas ou poços contaminados, ensacar e manter a tampa do lixo sempre fechada. "E uma dica importante para quem está amamentando é não interromper o período mínimo de aleitamento materno que é de seis meses, pois as crianças tem uma maior resistência a essas doenças", afirma.
Outra dica importante para evitar esse tipo de doenças é ingerir saladas e sobremesas frias e os pratos quentes devem estar bem cozidos ou bem passados na hora do consumo.
Helvecio Martins
DN
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