Em junho de 2017, a comemoração será dupla. Enquanto o Restaurante da Zena comemora 48 anos, Zenilda Lopes – a Zena – chega aos seus 70 anos. É com sorriso largo e simpatia ímpar que ela atende a todos que entram em sua casa. Mesmo passando por um dia difícil, Zena nos recebeu para uma conversa entre sorrisos e olhos marejados. Era terça-feira, dia 7, e Francisca dos Santos, irmã de criação e parceira diária no restaurante, estava passando por uma cirurgia.
Zena nasceu em Quixadá. Lá, desde criança, acompanhou a mãe, Adai Lopes, no mercado da cidade, onde vendia comida num quiosque. Já em Fortaleza, Zena repetiu o cardápio da mãe e passou a vender refeições na área da casa em que morava. “Era essa mesma comida simples, do dia a dia, que eu vendo até hoje”, ressalta, lembrando que não teria chegado até aqui sem a parceria de Chica. “Quando minha mãe adoeceu, ela começou a me ajudar e, por muito tempo, éramos somente nós duas. Chica sempre fez comidas, enquanto eu ficava com compras e vendas”, conta ela, que teve o primeiro funcionário quando a filha nasceu, em 1981.
No começo, não havia capital. Zena comprava 1 kg de carne, 2 kg de feijão para preparar no almoço e, com o dinheiro da venda, garantia os ingredientes do dia seguinte. “Eu nem imaginava que um dia estaria comprando 80 kg de carne e 100 kg de feijão para vender somente num dia de sábado. Nada seria possível sem meus clientes, que são maravilhosos”, comenta Zena, que tem fotos com clientes (famosos ou não) espalhadas em murais pelo restaurante.
A receita do sucesso não tem segredos. A empresária é categórica ao afirmar: “tem que ter o olho do dono todos os dias, fazer tudo com muito amor e compromisso com a qualidade”. Zena ressalta, ainda, que a comida é simples, mas feita com tudo que há de melhor. Fruto da dedicação diária. Todos os dias, às 5h45, a empresária já está chegando ao Mercado São Sebastião, onde compra os principais ingredientes do dia. Na volta, prepara algumas das carnes, faz uma breve pausa e almoça antes das 11h. Em seguida, toma seu lugar no balcão para começar o serviço do almoço.
“Eu não teria medo de começar tudo de novo, mas tinha que ser com a Chica ao meu lado. Na época em que começamos, eu não tive escolha. Só sabia vender comida e era o que podia fazer para sustentar minha família. Fico feliz de ver tantos jovens investindo nesta área, mas não é fácil. É muito trabalho pesado, entre outras dificuldades. É preciso ter muito amor e determinação”, diz Zena, que tem pensado em se aposentar, mas um sentimento de responsabilidade a mantém no restaurante.
Atualmente, Zena comanda uma equipe com 18 pessoas. “É uma grande responsabilidade saber que 18 famílias dependem do que construímos aqui e é o que nos dá força para continuar nessa luta, apesar do cansaço e das dificuldades”, diz. Com a Chica afastada, Zena se sentiu mais sobrecarregada recentemente e confessa que até já pensou em deixar o restaurante ou arrendar. “Eu até poderia viver sem o restaurante. Deus foi muito bom comigo. Não tenho nada para pedir, só agradecer. Porém, tem pessoas que dependem desse local e familiares que dependem de mim. Pensei que minha filha viesse assumir no meu lugar, mas ela disse que não queria. Ela tem escolha. Eu não tive. No momento, só quero que a Chica fique boa e volte”, afirma.
Serviço
Restaurante da Zena
Rua Meton de Alencar, 549 – Centro.
Funciona de segunda a quinta, das 10h às 14h30; sextas e sábados, das 8h às 15h. Telefone: (85) 3226-3690.
Restaurante da Zena
Rua Meton de Alencar, 549 – Centro.
Funciona de segunda a quinta, das 10h às 14h30; sextas e sábados, das 8h às 15h. Telefone: (85) 3226-3690.
Izakeline Ribeiro/Portal do Helvecio
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