Antônio Canuto, de 62 anos, chegou na capital federal há 22 anos em busca de emprego, mas enfrentou dificuldades e passou a morar nas ruas. Corrente do bem proporcionou sua volta para casa.
O gesto de solidariedade de uma moradora do Distrito Federal mudou o destino de Antônio Canuto, de 62 anos, sem-teto que pedia comida na porta da casa dela. Após descobrir que o homem estava sem contato com a família há 22 anos, a mulher gravou um depoimento dele em vídeo para as redes sociais.
A gravação se espalhou e possibilitou o reencontro com os parentes. Nesta quinta-feira (14), Antônio embarcou em direção à cidade de Alagoinha, no Piauí, para reencontrar a família.
O homem vivia no DF há mais de duas décadas. Deixou os seis filhos e a mulher na cidade natal e veio em busca de uma nova vida na capital federal.
"A vida na roça é difícil. Sem salário, sem nada. Em casa, não tinha nada também. Peguei a estrada", conta.
Sem emprego e sem-teto, Antônio vivia nas ruas e não tinha condições de voltar para a família. "Um rapaz aqui em Samambaia me deu um carrinho. E aí eu comecei a trabalhar com o carrinho, catando latinha. Já fui atropelado três vezes. Já passei muita fome, sede, frio", conta.
Foi batendo de porta em porta em casas do Gama, em busca de comida, que uma moradora se sensibilizou com a história de Antônio. O vídeo gravado por ela e compartilhado por diversas pessoas chegou até a cidade vizinha à dele, Tauá, no interior do Ceará.
Busca
Um jornalista da região encontrou a família Canuto (na foto abaixo) e, para localizar Antônio, pediu ajuda a Silvia Gonçalves, uma moradora de Brazlândia que ajuda pessoas em vulnerabilidade social há 20 anos.
"Quando eu vi o vídeo, comecei a chorar. Foi uma imagem muito forte. Aquela pessoa muito judiada, já de idade", conta ela.
Silvia procurou por Antônio e descobriu que ele estava abrigado em uma Unidade de Acolhimento para Idosos, em Taguatinga. Foi quando ele próprio contou sua história.
"Eu falei para ela que tinha noite que eu chorava de saudade da família. Gosto nem de pensar nisso", relata Antônio.
A partir de então, uma corrente do bem entre amigos voluntários reuniram recursos para ajudar o piauiense. Eles compraram roupas, malas e prepararam Antônio para o encontro.
"Levamos ele para cortar o cabelo, fazer a barba. Quando se viu de roupa trocada, ele olhava e ria", conta Silvia.
Antônio conta que ficou muito feliz quando soube que ia voltar para casa, e lembra das dificuldades. "A saudade mata a gente. Passei muitos anos longe de casa." Agora, é a saudade que está com os dias contados.
G1/PHM
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