Expedito Machado da Ponte Neto, filho do expresidente da Transpetro e delator
da LavaJato, Sérgio Machado, gastou 21 milhões de libras (cerca de R$ 90 milhões, na
cotação atual) em quatro imóveis no Reino Unido em 2014 e 2015, segundo o jornal
britânico
Também colaborador da Polícia Federal, Expedito, 31 anos, confessou em delação ter
ajudado o pai a administrar um suposto esquema de distribuição de propinas a políticos
alimentado com dinheiro desviado de contratos da Petrobras.
De acordo com a publicação, a primeira compra foi uma propriedade em Leeds, no norte da
Inglaterra, por 6 milhões de libras (R$ 25,8 milhões), em outubro de 2014. Depois, adquiriu
um prédio de escritórios no centro de Londres, por 7,2 milhões de libras (R$ 31 milhões), em
abril de 2015. A compra seguinte, em junho de 2015, foi um apartamento no bairro nobre de
Mayfair, em Londres, por 1,8 milhão de libras (R$ 7,7 milhões).
O último investimento foi outra propriedade no centro de Londres, no valor de 6,2 milhões de
libras (R$ 26,7 milhões), em outubro de 2015.
Os negócios teriam sido feitos por meio de empresas offshore controladas por Expedito.
Ao
"The Guardian", seus advogados negaram que os imóveis tenham sido comprados com
dinheiro de alguma origem ilícita. Ainda segundo o jornal britânico, o filho de Sérgio
Machado arrecadava milhares de libras por ano alugando essas propriedades. Não há
indícios de que seus locatários sabiam de sua identidade ou de envolvimento com o
esquema de corrupção.
Resposta
A defesa de Expedito Machado Neto encaminhou nota ontem na
qual responde as denúncias feitas pelo jornal britânico. Segundo o texto, na ocasião de sua
colaboração à Justiça, Expedito Machado Neto entregou ao Ministério Público Federal a
relação de todos os seus bens e ativos, incluindo as companhias imobiliárias citadas na
matéria do The Guardian.
"Todos os esclarecimentos foram prestados ao Ministério Público Federal e ao Poder
Judiciário.
Ainda conforme a própria matéria, Expedito tinha uma vida empresarial
independente e, em 2012, alienou o seu sistema de ensino com mais de 50 mil alunos e 200
escolas a uma importante empresa do setor", detalhou a nota.
"A publicidade dos sigilos fiscal e bancário de Expedito é ilegal e inconstitucional, devendose
ressaltar que o levantamento do sigilo dos autos foi determinado relativamente à
29/07/2016
informações de interesse público, a saber, aos depoimentos prestados, às gravações
apresentadas e aos pedidos de prisão formulados", acrecentou a defesa de Expedito.
DN
Portal do Helvecio
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