Ex-presidente defendeu que Partido dos Trabalhadores faça análise mais aprofundada antes de assinar documentos, que contam com apoiadores do impeachment de Dilma Rousseff e ex-aliados de Bolsonaro
O ex-presidente Lula disse, na tarde desta segunda-feira, 1º, não gostar dos manifestos políticos que vêm sendo apresentados na internet recentemente. As afirmações foram feitas durante reunião virtual da cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT), transmitida pelo perfil de Lula no Facebook.
Para Lula, parte do problema seria que os documentos não levam em consideração o "interesse da classe trabalhadora". Para o ex-presidente, os textos pecam por não discutir "os direitos perdidos dos trabalhadores".
Outra questão é que, segundo ele, apesar dos manifestos terem "muitas boas intenções" e serem defendidos por "gente muito boa", há também "aqueles que estão fugindo do barco" e "muita gente que é responsável pelo Bolsonaro". Lula pontua que, além de nomes conhecidos da esquerda, há entre as assinaturas dos documentos, grupos e personalidades que trabalharam pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rouseff e antigos aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
O ex-presidente criticou o fato de que o objetivo das mobilizações parece ser "reeducar o Bolsonaro", mas não "reeducar o Guedes", se referindo ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Na visão de Lula, embora haja um incômodo com o que ele classifica de autoritarismo do presidente, a quem chamou de "troglodita", alguns grupos que apóiam os manifestos pretendem manter políticas econômicas similares às adotadas pelo governo, com privatizações e desregulação do mercado.
Por fim, fazendo retrospectiva do histórico do partido, Lula disse que há uma tentativa de "isolar" o PT e fazer com que o partido "desapareça do cenário político". Ele encerrou pontuando que é necessário à legenda definir o discurso que deseja apresentar à sociedade brasileira: "Precisamos dizer à sociedade o que nós queremos, qual é o projeto que nós desejamos para este país".
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